segunda-feira, 29 de julho de 2013

Será que TI é Tudo? Só perguntei...

Provocante! É como posso definir essa obra do autor Nicholas Carr. Escrito em 2009 com o título original de Does IT Matter? o livro traz uma visão histórica interessante, principalmente agora passado alguns anos, em que podemos de fato ver o percentual de acerto e erro do autor.
Lembro bem da época que ele escreveu o artigo para a revista da Harvard com o título IT Doens't Matter ou em português TI não importa. Na época gerou discussões acaloradas entre a comunidade de gestores de TI.



Primeiro

Independente de sua opinião sobre se ele está certo ou errado a Visão de Carr é interessante, ele coloca alguns pontos no livro que são chaves para qualquer gestor, não só de TI.
Abaixo apresento algumas passagens que considero importantes para a reflexão dos profissionais da área de TI.

Pílulas de Gestão do Livro

"O que torna um recurso empresarial verdadeiramente estratégico não é sua onipresença, mas sua escassez"

Nesta frase o autor sintetiza sua visão sobre TI, segundo ele a partir do momento que todos começam a ter acesso ao mesmo nível de automação, informações e velocidade o diferencial que poderia ser criado esvai.

Acredito que é uma forma pragmática de entender o uso da TI, no entanto acredito que aqui o autor deixa escapar um detalhe: não é a tecnologia que faz seu diferencial, mas sim a estratégia que ela suporta.

Apesar que mais a frente no livro e volta a enaltecer, de uma certa foram, a estratégia, mas nesse caso minha discussão com ele é que a onipresença por si só não elimina as barreiras. Um exemplo disso são as empresa de commodities que compartilham de recursos similares - onipresentes - mas devido a estratégia tem resultados diferentes.

"O Poder da TI é superior à maioria das necessidades das empresas a que ela satisfaz, aliado a uma queda vertiginosa do custo dos produto em TI"

Aqui é um ponto interessante, é fato que o custo de comprar produtos bons em TI caiu, e certamente os avanços da industria tanto de processadores quanto dos produtos finais ( desktop, impressora) realmente hoje entregam funcionalidades acima do necessário para os Clientes. Aqui entra um ponto interessante para pensarmos: Como será que os Serviços que suportam essa infra estão? como já disse em outros posts, percebo que a área de TI é por vezes refém da qualidade, querendo atingi-la a qualquer custo.

"Quando um recurso torna-se essencial para a competição  mas inconsequente para a estratégia, os riscos que ele gera tornam-se mais importantes do que as vantagens que oferece"

Se você lembra da época dos apagões lhe faço uma pergunta: quantas empresas tinham sua contingência elétrica pronta? muito poucas.

Na época houve uma grande corrida para locação e compra de geradores, comprovando a visão de Carr. Por darmos como certo o recurso energia elétrica, acabamos por ignora-lo para o planejamento das operações, no entanto a sua falta gera um alto impacto aos negócios.
Não acredito que possamos dizer que a TI está igual ao mercado de energia elétrica, primeiro porque a TI ainda não possui padrões genéricos tão fortes como a o mercado elétrico e segundo, ela não é uma tecnologia de ruptura comparável a energia elétrica, no entanto essa comparação nos faz pensar sobre como fazemos a gestão da TI nas empresas no Brasil.

Por fim, percebo que o foco do autor está mais ligado a falar sobre as infra-estruturas da TI e não sobre o eco-sistema, pois acredito que o grande valor que as empresas poderão captar nos próximos anos está em como irão estruturar suas operações de suporte e entrega de serviços de TI e não TI.

Não é mais uma questão de como fazemos, mas sim porque fazemos.

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