Lembro bem da época que ele escreveu o artigo para a revista da Harvard com o título IT Doens't Matter ou em português TI não importa. Na época gerou discussões acaloradas entre a comunidade de gestores de TI.
Primeiro
Independente de sua opinião sobre se ele está certo ou errado a Visão de Carr é interessante, ele coloca alguns pontos no livro que são chaves para qualquer gestor, não só de TI.Abaixo apresento algumas passagens que considero importantes para a reflexão dos profissionais da área de TI.
Pílulas de Gestão do Livro
"O que torna um recurso empresarial verdadeiramente estratégico não é sua onipresença, mas sua escassez"Nesta frase o autor sintetiza sua visão sobre TI, segundo ele a partir do momento que todos começam a ter acesso ao mesmo nível de automação, informações e velocidade o diferencial que poderia ser criado esvai.
Acredito que é uma forma pragmática de entender o uso da TI, no entanto acredito que aqui o autor deixa escapar um detalhe: não é a tecnologia que faz seu diferencial, mas sim a estratégia que ela suporta.
Apesar que mais a frente no livro e volta a enaltecer, de uma certa foram, a estratégia, mas nesse caso minha discussão com ele é que a onipresença por si só não elimina as barreiras. Um exemplo disso são as empresa de commodities que compartilham de recursos similares - onipresentes - mas devido a estratégia tem resultados diferentes.
"O Poder da TI é superior à maioria das necessidades das empresas a que ela satisfaz, aliado a uma queda vertiginosa do custo dos produto em TI"
Aqui é um ponto interessante, é fato que o custo de comprar produtos bons em TI caiu, e certamente os avanços da industria tanto de processadores quanto dos produtos finais ( desktop, impressora) realmente hoje entregam funcionalidades acima do necessário para os Clientes. Aqui entra um ponto interessante para pensarmos: Como será que os Serviços que suportam essa infra estão? como já disse em outros posts, percebo que a área de TI é por vezes refém da qualidade, querendo atingi-la a qualquer custo.
"Quando um recurso torna-se essencial para a competição mas inconsequente para a estratégia, os riscos que ele gera tornam-se mais importantes do que as vantagens que oferece"
Se você lembra da época dos apagões lhe faço uma pergunta: quantas empresas tinham sua contingência elétrica pronta? muito poucas.
Na época houve uma grande corrida para locação e compra de geradores, comprovando a visão de Carr. Por darmos como certo o recurso energia elétrica, acabamos por ignora-lo para o planejamento das operações, no entanto a sua falta gera um alto impacto aos negócios.
Não acredito que possamos dizer que a TI está igual ao mercado de energia elétrica, primeiro porque a TI ainda não possui padrões genéricos tão fortes como a o mercado elétrico e segundo, ela não é uma tecnologia de ruptura comparável a energia elétrica, no entanto essa comparação nos faz pensar sobre como fazemos a gestão da TI nas empresas no Brasil.
Por fim, percebo que o foco do autor está mais ligado a falar sobre as infra-estruturas da TI e não sobre o eco-sistema, pois acredito que o grande valor que as empresas poderão captar nos próximos anos está em como irão estruturar suas operações de suporte e entrega de serviços de TI e não TI.
Não é mais uma questão de como fazemos, mas sim porque fazemos.
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