Gestão de TI! Com receita de Bolo?

Por José Bittencourt Filho

Escrevo algumas linhas...

As empresas devem considerar a TI como um meio de levá-la a atingir seus resultados e não somente como o departamento que mantém os sistemas disponíveis e que deve atender aos pedidos de todos os usuários solicitantes.

Para isso, deve-se adotar das mais diversas práticas de gestão que não estão em uma única “receita de bolo” e sim em um conjunto de ações que podem melhorar a gestão de TI.

Muitas destas ações podem ser encontradas em modelos / metodologias / frameworks / bibliotecas, outras não , mas com certeza estarão na própria cultura da empresa onde o gerenciamento se faz necessário.

Do que mais temos escutado nos últimos tempos, vem me chamando atenção a desistência das publicações sobre o pilar: PESSOAS. Comenta-se muito sobre processos, com a seguinte conotação: 

“um processo bem definido independe do seu ator e que o mundo de processos é um conjunto padrão de inter-relacionamento  de entradas e saídas”.

Cuidado! Vimos acompanhando que esta afirmativa não é tão lógica assim. Dependendo da cultura de sua empresa, devido ao pilar PESSOAS, grandes PROCESSOS podem não determinar um eficaz resultado e acabarem sendo descontinuados.

Uma das primeiras PESSOAS que vem em minha mente no papel de uma organização que adotará uma gestão da tecnologia é o Gestor de TI. (penso em gestor como um papel, independente do seu cargo)*

Para exercer sua função, o Gestor de TI deve sempre estar atualizado em:

• Conhecimentos técnicos
• Habilidades para gerenciar estruturas de tecnologia
• Gerir recursos humanos específicos da área
• Ter Cultura abrangente
• Criatividade com espírito empreendedor
• Buscar padrões com noções de processos
• Interesse em Projetos

Também tem que ter o cuidado para:

• Não sistematizar o caos. (vejo isso em muitas corporações)
• Não perder de forma descoordenada pessoas importantes (PESSOAS)
• Aceitar riscos (sem medí-los)

As PESSOAS gestoras de TI a cada dia que passam, tem um papel mais fundamental na história das organizações. Independentemente de sua formação, o profissional deve entender que a elevação de sua carreira só ocorre em paridade com o negócio no qual está inserido. PROCESSOS sozinhos e mal geridos tornam-se um amontoado de regras que ao passar do tempo são eliminadas e mais tarde passam a ser propostas em novas roupagem de indicadores, modelos internacionais, etc. Algumas pessoas que estão lendo isso agora, devem estar já se lembrando da era do gestor fulano, ou do gestor ciclano. Pois é! Isso mesmo!

Antes que me entendam mal, acredito em padrões sim, mas no respeito pela cultura das empresas e sincronismo entre pessoas que nela coabitam. O Gestor de TI deve ser o responsável pelo relacionamento de tudo isso, senão estará apenas fazendo o papel operacional  de um chefe de departamento que não será reconhecido pela organização.

Enfim, insistentemente, repito a todos que me perguntam o que a TI deve fazer nos “próximos capítulos” eu digo: voltar a sua raiz e ser o que era no passado: uma fonte de informações, afinal TI tem essa vogal em seu acrônimo não é à TOA. (me perdoem o trocadilho) :D

Essa é a missão do profissional gestor de TI: Relacionamento para buscar o que o negócio precisa saber para poder entregar. (Assim todos ganham).

Sem receita de bolo, mas com uma seleção de ingredientes à mesa. Dosando e experimentando até a fórmula completa de sucesso. A mão de quem faz pode também fazer parte do segredo. (Pergunte isso inclusive para a sua mãe. Elas sempre acertam).

Com visão completa da organização (TI não é mais departamental), cabe ao profissional de Gestão de TI construir soluções que levem em consideração a importância da interação e sinergia entre as diversas áreas da organização, de forma a aperfeiçoar os recursos.

No Livro “O Verdadeiro Valor de TI” os autores citam:

  “ É sabido que cortar os custos de TI não é simplesmente cortar o orçamento de TI, mas ajustar a qualidade ou o consumo dos serviços onde o excesso de qualidade ou o consumo não melhora o desempenho do negócio.”

(Richard Hunter e George Westerman)

*Nos últimos 20 anos Tecnologia da Informação, foi a área que mais criou cargos segundo a CBO (Classificação Brasileira de Ocupações) fonte: http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/home.jsf